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TECNOLOGIA MELHORA COMUNICAÇÃO ENTRE ALUNOS SURDOS E OUVINTES

Por Maria da Penha de Barros Oliveira, 1274947 
Polo – Salgueiro/PE Data 23/08/2017 
Os alunos da Escola Estadual Monteiro Lobato, na cidade de Laranjeiras – Sergipe, desde o dia sete deste mês, contam com uma nova ferramenta que auxilia a comunicação entre estudantes surdos e ouvintes utilizando celular ou tablet, o aplicativo Prodeaf.

O aplicativo pode ser utilizado por todos os alunos a partir dos 11 anos, que possuam aparelho eletrônico com o sistema Android, iOS ou Windows Phone, durante as aulas de qualquer disciplina. Com a ferramenta é possível traduzir, de maneira prática, através do personagem 3D do aplicativo, palavras e frases escritas ou faladas em português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Segundo Rodrigo Freire, professor de história do ensino fundamental II da escola, “os alunos com deficiência auditiva estão participando mais das aulas, interagem com os colegas, apresentam suas dúvidas e estão se relacionando com maior facilidade com os professores”.

A ideia partiu da intérprete Maria Eduarda Nascimento, que trabalha diariamente com alunos surdos da escola e percebeu as dificuldades que os estudantes apresentavam para se comunicar com os colegas ouvintes quando não havia um profissional disponível para atendê-los. “Com o aplicativo é possível aprofundar os conhecimentos da Libras, ampliando as possibilidades de comunicação entre surdos e ouvintes, além de difundir esta língua a um público mais amplo de pais e professores”, diz Maria Eduarda.

“Utilizando o Prodeaf na escola, o objetivo é dar mais autonomia e independência aos nossos estudantes com deficiência auditiva e provocar o interesse dos alunos ditos ‘normais’, para essa língua pouco conhecida e buscar estreitar os laços entre os alunos”, apontou o diretor da escola Oseas Firmino Júnior.

O aplicativo pode ser consultado a qualquer hora com o auxílio da internet. É possível também, baixar um dicionário de português para Libras, disponível na ferramenta e utilizá-lo mesmo sem conexão com a internet.

Maria da Penha Oliveira, mãe de um estudante ouvinte da instituição conta: “meu filho chegou em casa muito animado, mostrando a todos o aplicativo, dizendo que com ele poderia aprender alguns sinais e depois iria conversar com o seu colega da sala que é surdo”.

Entretanto a intérprete Maria Eduarda ressalta que “mesmo com todas as vantagens que a tecnologia oferece, a ferramenta por si só não resolve as questões da inclusão no espaço escolar, é apenas uma ferramenta extra que auxilia o dia a dia do tradutor e alunos. O aplicativo não substitui o trabalho do intérprete”.

“Apesar de ser um aplicativo gratuito e de fácil acesso, alguns alunos não podem utilizar a ferramenta pois ainda não possuem celular ou tablet. A principal barreira que impede que todos os estudantes conheçam a tecnologia é a falta de um aparelho eletrônico individual disponível no ambiente escolar para os nossos alunos”, diz o diretor Oseas Firmino Júnior.

Além da aplicabilidade da ferramenta como auxílio à comunicação entre os estudantes, vários professores aproveitaram a oportunidade para aprofundar os seus conhecimentos da língua por meio do aplicativo.

O Prodeaf foi criado em Pernambuco, por mestrandos do curso de ciências da computação da Universidade Federal de Pernambuco, no ano de 2010, com o intuito de atender a demandas que surgiram durante o curso com um colega surdo.

Os professores e alunos que utilizaram a tecnologia até o momento, perceberam que alguns sinais são diferentes dos utilizados por surdos da região de Sergipe.“O Prodeaf é uma ferramenta básica que pode ser utilizada para o aprendizado da Libras, mas no decorrer desses dias percebemos algumas diferenças entre os sinais do aplicativo e alguns utilizados pela comunidade surda da nossa região, mas nada que torne a ferramenta menos útil, é algo simples que pode ser corrigido durante os diálogos e a construção do conhecimento”, aponta Rodrigo. 

Próximos passos. De agora em diante o objetivo da escola é tornar possível que todos os alunos, sem exceção, do ensino fundamental II e médio da instituição possam ter acesso a ferramenta através de tablet fornecido pelo governo do estado. “Espero que um dia todos os estudantes da rede de ensino de Sergipe e talvez do Brasil possam fazer uso dessa tecnologia e ampliar ainda mais o processo de inclusão dos deficientes auditivos”, diz Eduarda.

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